Monografia de especialização em Estudos Literárias pela Faculdade de Formação de Professores (FFP) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UERJ).
RESUMO
Muito se tem falado do estilo seco e econômico de Graciliano Ramos, cuja frugalidade no uso das palavras o coloca como um modelo do bem escrever difícil de ser alcançado, enquanto o que chama a atenção em José Saramago é a verborragia que o aproxima dos grandes prosadores barrocos: períodos longos, cheios de orações intercaladas e narrativas cortadas por longas reflexões. Mas esses autores, de países e épocas diferentes, têm em comum como tema central de suas obras a denúncia da ineficiência do Estado capitalista, sua parcialidade a favor dos ricos e a opressão que lhe é peculiar. Essa interpretação da obra desses dois grandes prosadores será demonstrada pela análise dos romances Vidas Secas, de Graciliano Ramos, e Ensaio Sobre a Cegueira e Ensaio Sobre a Lucidez, de José Saramago, tendo por base teórica a filosofia marxista. Paralelamente a esse estudo, charges e textos do humorista Henfil, que compartilha com eles o mesmo pensamento político, ilustram os tópicos expostos.