Era o segundo dia de inverno e fazia muito frio quando a correspondência chegara. O mensageiro parecia estar em gelo quando a trouxe. Era simples e só dizia: “saudades de você”. Não tinha nome e o mensageiro disse-me que não vira o remetente entregá-la na pequena agência de Kiev.
Naquela época, Kiev, era apenas uma cidadela de algumas famílias. Umas abastadas e as outras, a maioria, de servos miseráveis. Não havia espaço para intermediários naqueles tempos. Depois do chá, o mensageiro partira e deixara o mistério para que eu o resolvesse. Nevava muito e o frio, que só aumentava nos últimos dias, não parava de anunciar o duro inverno que se pronunciava. Parecia-me ser o inverno mais rigoroso de todos os tempos na Europa Oriental.