Este livro digital pretende discutir e desnaturalizar a lógica que norteia a divisão por gêneros nos brinquedos e demais itens de consumo oferecidos às crianças. Trata-se de uma discussão sobre como os brinquedos que lotam as prateleiras das lojas contribuem para a reprodução de estereótipos e a manutenção de desigualdades entre os gêneros: para elas, bonecas, panelinhas, cor-de-rosa, a casa, a delicadeza; para eles, carrinhos, tratores, azul, a rua, a força, a liberdade. Para compreender o que motiva pais de crianças a seguir essa lógica, a autora, jornalista formada pela UFRJ e especialista em Sociologia Política e Cultura pela PUC-Rio, entrevistou sete mães e pais de meninas e meninos de diversas faixas etárias, entre outubro e novembro de 2014. Esta é uma análise da infância e das relações que se articulam nesse período: entre brincadeiras, bonecas e carrinhos podem se encontrar modos de reprodução de desigualdades de gênero profundamente estabelecidas na sociedade e sobre as quais pouca reflexão é produzida. O objetivo da discussão proposta pelo livro é pôr em cheque essas desigualdades, rompendo com estereótipos e com conceitos tidos como naturais pelo senso comum ― além, é claro, de honrar o compromisso de sua autora com a menina inquieta e questionadora que aprendeu a ser desde a primeira Barbie.