Buscar uma equação para a sabedoria não é uma tarefa fácil, mas penso ser fundamental em uma Era dos Robôs, para melhor entendimento da capacidade da inteligência das máquinas, principalmente em comparação com a humana.
E acredito que uma das grandes falhas de análise de inteligência artificial e capacidade de aplicação autônoma dela, como propõe a teoria da Singularidade Tecnológica, está justamente no fato de desconsiderar o nível de consciência em que ela é aplicada, que é uma das variáveis fundamentais de definição de sabedoria.
Dessa forma, procurando endereçar esse desafio, proponho nesse livro uma equação para a sabedoria, que vale para humanos e robôs, suas máquinas, permitindo diferenciar bem essas capacidades.
A lógica proposta é muito simples, ou seja, uma métrica de sabedoria S a partir de uma métrica de inteligência I, elevada a uma métrica de consciência C.
Em tese, tanto a métrica de inteligência como a métrica de consciência poderão depender de uma série de outros fatores, como veremos no livro, mas o mais relevante é não perder o foco de comparação entre os seres humanos e os robôs, identificando as limitações de cada caso.
A ideia da equação é também começar a medir, desde agora, a grande capacidade cognitiva dos robôs, que irá atingir também a área de criatividade, proporcionando a formação da próxima era, que considero ser a Era da Criatividade. E a explosão de inteligência e criatividade, transferida entre humanos e robôs, de forma cada vez mais consciente e autoconsciente, irá formar a futura Era da Sabedoria, fundamental para nossa evolução.
Se considerarmos a equação que proponho, de nada adianta uma grande evolução da inteligência artificial das máquinas para sua sabedoria, se a consciência das máquinas for muito inferior à humana. Ainda mais se levarmos em conta a autoconsciência, que é ainda incipiente nas máquinas. Digo isso porque já existem pesquisas buscando fazer as máquinas terem autoconsciência, reconhecendo a si mesmas e diferenciando de outros robôs.
E, na verdade, as máquinas já possuem uma consciência do ambiente que são utilizadas, a partir de múltiplos sensores para isso, mas ela ainda é muito inferior à humana, e justamente o que nos diferencia das máquinas.
Alguns filósofos consideram que somos todos máquinas também, mas acredito que justamente a evolução de nossa consciência é que nos diferencia das máquinas, e não os aspectos mecânicos ou automáticos, e até mesmo as capacidades cognitivas mais nobres de inteligência racional e criativa, de nosso cérebro, que podem cada vez mais serem comparados com o de nossas máquinas.
E a Equação da Sabedoria torna a tese da Singularidade Tecnológica mais complexa, pois já não leva em conta apenas a inteligência artificial, mas toda a consciência e autoconsciência como uma métrica multiplicadora, mais relevante.
Mas o principal impacto da equação, que veremos, será na empregabilidade, uma vez que ela passa a ser considerada e comparada pela própria sabedoria e não mais apenas pela inteligência. Senão, seria realmente muito fácil os robôs dominarem todos os empregos, se apenas o critério de inteligência fosse o mais relevante. Mas, de que serve essa inteligência, sem a sabedoria em níveis de consciência que realmente representem em melhoria de qualidade de produtos e serviços?
E esse é o ponto que deve ser a busca constante dos profissionais para diferenciação em relação ao robôs, na disputa pelo emprego e pelo trabalho nas empresas. Ainda mais se levarmos em conta o potencial de transferência de inteligência, que é uma lei fundamental que proponho para os robôs, somando inteligência natural e artificial em uma única consciência, mais evoluída, como iremos explorar nesse livro.