Em Arquitetura da Dominação, Marcelo Biar analisa as prisões brasileiras como sendo um reflexo da miséria no país, que não deixa morrer e até agrava a barbárie cometida com o povo negro oriundo do regime escravocrata. Além disso, o autor mostra como essas unidades prisionais têm uma relação de dependência mútua com as favelas, perpetuando a cultura da criminalização do negro. O abismo entre o objetivo do cárcere e o que realmente acontece é notório, e a mídia entra nesse meio para neutralizar e mascarar a situação, a fim de que a população não veja nem critique adequadamente o sistema. O processo se desdobra, mais ainda, na educação prisional como um meio de controle, marginalização e neutralização social.