No Brasil, o percurso histórico da Reforma Psiquiátrica é marcado pelo desafio da efetivação da desinstitucionalização da loucura. No passado, a prática manicomial era o que determinava o asilamento e, consequentemente, a exclusão social da pessoa dita como louca. Hoje, com a Reforma Psiquiátrica em curso, quais são os “novos” desafios para garantir o lugar do usuário da saúde mental como sujeito de sua própria história? O que é o bom cuidado em saúde mental? As atuais práticas de cuidado levam ao protagonismo social da pessoa em sofrimento psíquico e, consequentemente, ao exercício e à promoção da cidadania, permitindo processos autônomos de produção de subjetividade e emancipação social? São práticas que levam à transformação do imaginário social sobre a loucura? Ou será que existem novas formas de institucionalização da loucura? Qual é o papel das Políticas Públicas para a garantia dos direitos humanos da pessoa com transtorno mental no Brasil? Essas e outras questões são pontos norteadores para discutir os muitos desafios ou obstáculos para a garantia da qualidade efetiva das práticas de cuidado em saúde mental. Imaginário social sobre a loucura: cultura e práticas de cuidado em saúde mental, de Edimilson Duarte de Lima, propõe uma análise atual e crítica a partir de uma abordagem sociocultural, em que os aspectos políticos e simbólicos interligam-se no mesmo debate. Tal discussão sustenta a clínica do sujeito, enquanto prática de cuidado em saúde mental. Por fim, é com esse espírito que a obra visa a produzir reflexões sobre saberes e práticas do cuidado no campo da saúde mental, levando em consideração os aspectos psicossociais, o cotidiano e o coletivo em busca de uma sociedade mais justa e sem manicômios.