O que um professor faz em uma sala de aula é muito poderoso e complexo, pois envolve emoções, que geram agrupamentos mentais de conhecimentos, os quais, por sua vez, afetam nosso movimento em sala e impactam nos alunos. Somos administradores, médicos, engenheiros, historiadores, psicólogos, dentre outras profissões, e um dia viramos professores em Instituições de Ensino Superior (IES). Nossas graduações não nos preparam para a sala de aula. Jonnaert e Borght (2002) apontam que a pesquisa realizada por Évelyne Charlier analisou a sala de aula e constatou que os professores podem ter até duzentas interações com seus alunos por hora de curso. Todavia, muitos nos perguntam qual é o nosso trabalho e, ao responder que somos professores, recebemos de volta: “Ah! E faz mais o quê?”.Este livro apresenta uma possibilidade de caminho para se atingir qualidade de ensino em Instituições de Ensino Superiores (IES), ao considerar o habitus docente, através da espiral do conhecimento. Em sala da aula constatei que nunca ensinei nada a ninguém. Apenas aprendi, depois de algum tempo, a facilitar a aprendizagem do outro ao aprender a facilitar a minha própria, quando percebi, na prática cotidiana, que “o próprio educador deve ter sido educado antes e ter a experiência em si mesmo se são eficientes ou não as verdades psicológicas que aprendeu em sua escola” (JUNG, 1981, p. 37). Como tornar consciente nosso movimento em sala de aula para desenvolvermos qualidade de ensino e educação humanizada? É isso que este livro explora.